Vou ligar a máquina para lavar o cotidiano.
Prefiro que nossos problemas sejam centrifugados a permanecer com eles embolados no cesto de roupas sujas. Acumulados.
No varal, vou suspender a dor para secar as lágrimas. Quero minha alma encharcada de sol.
Esticarei nossos dias na tábua de passar e, cuidadosamente, insistirei em acabar com os amarrotados. Não é bom que os fios da vida se percam nesta teia de caminhos bifurcados.
Nossos momentos, vou esticar nos cabides para deixar nossa disposição a postos. Que tudo fique claro, limpo e disposto no guarda-roupa a espera do corpo que saiu do banho vestindo sabonete, nu dos problemas.
Quero deitar os desentendimentos até que durmam profundamente e acordem preguiçosos como a manhã de verão.
Farei um café para adoçar as palavras e um pão quente com manteiga para abafar a raiva que sai do estômago e toma conta da boca.
Eu mesma vou para a pia lavar com cuidado a louça do respeito. Não quero pratos nem copos trincados no armário da alma. Que o pano de pratos seque definitivamente as discussões.
Estamos com a casa limpa das desavenças.
É hora de amarrotar o lençol com a paixão para vestir nossa vida de amor.
terça-feira, 19 de junho de 2007
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Um comentário:
Oi
cheguei neste blog por acaso. Estava visitando o blog das fotografias.
Resolvi ler. Maravilhoso o texto "soluções domésticas" !!!Obra prima!!É teu???
bjs
Paula Baena
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